Em meio às árvores da avenida Saldanha Marinho, no canteiro central de uma das vias mais movimentadas do Centro, um prédio centenário da década de 20 começa a escrever um novo capítulo na sua história, no dia 13 de julho. Após 100 anos e depois de uma revitalização completa realizada pelo Sanep na estrutura, o local agora é a casa do Museu do Saneamento de Pelotas (Musa), abrigando toda a herança cultural e patrimonial dos serviços de água, esgoto, drenagem e resíduos ligados ao último século.

“Uma homenagem a Pelotas”. Assim a prefeita Paula Mascarenhas definiu o primeiro dia de atividades do Musa, responsável por acolher um acervo diversificado de objetos, equipamentos, fotografias e escritos - verdadeiras relíquias que ajudam a contar um pouco mais sobre o passado do município. 

“Hoje reabrimos as portas deste patrimônio da cidade com o propósito de homenagear a memória do saneamento em um local requalificado, que guarda tanta experiência e conhecimento adquiridos ao longo do tempo”, salientou a prefeita.

Paula lembrou que o Museu está sediado em uma avenida recentemente revitalizada pelo Município, em área verde privilegiada, sendo ele, portanto, mais um motivo para atrair a presença de visitantes que possam aproveitar a beleza do espaço público. Nos últimos anos, o Sanep dedicou-se à renovação do prédio, priorizando a manutenção das características originais a fim de preservar a sua arquitetura e beleza. Para atingir o objetivo, as melhorias foram concentradas em ações pontuais, como requalificação do telhado; instalação de câmeras de monitoramento e de alarme; adaptação de banheiro para acessibilidade; novas redes elétrica e de esgoto, além de revitalizar a pintura interna e externa.

A diretora-presidente da autarquia, Michele Alsina, explicou que o espaço deve tornar-se uma referência de aprendizagem e de preservação do meio ambiente, já que o Núcleo de Educação Ambiental em Saneamento (Neas) do Sanep terá o Museu como novo local de trabalho. Assim, a equipe poderá desfrutar de sua estrutura interna e da paisagem natural do entorno para as atividades educativas desenvolvidas com escolas e instituições.

Foto: Gustavo Vara

Ligado ao passado e conectado ao futuro

A museóloga Taciana Kurz, responsável pela organização do acervo, salientou o expressivo potencial expográfico do Musa e a sua proposta para ser um museu diferenciado na cidade. “Além de falar da história do saneamento, ele também busca ser um museu vivo, conectando-se à atualidade, às problemáticas do meio ambiente e às ações educativas já desempenhadas pelo Neas”, frisou. Uma exposição do trabalho desenvolvido pelo Núcleo nos últimos 11 anos, desde a sua criação, também está exposta e pode ser conferida pelos visitantes.

Histórico

O Musa foi criado pelo Decreto Municipal nº 5.697, de 4 de novembro de 2013. Agora, ele ganha a sua sede em um prédio histórico de Pelotas, que foi instalado na década de 20 e abrigou o Grupo Escolar Dona Antônia. Objetos do passado do saneamento pelotense, como um cabungo (utensílio de madeira para recolher dejetos), um hidrômetro e um hidrante, compõem o acervo do Museu, aberto ao público de segunda a sexta-feira, das 9h às 12h e das 14h às 17h. Imagens que registram o início da implantação de tubulações, construção de unidades até hoje operadas pelo Sanep e a rotina dos profissionais nas primeiras décadas do século 20 estão disponíveis para a população.

Escolas interessadas em conhecer o espaço e realizar atividades educativas com os alunos, podem agendar uma visita com o Neas, através do contato (53) 98428-0043. 

Música para inaugurar (e encantar)

Foto: Gustavo Vara

A abertura do Museu contou com a apresentação do grupo musical Quinteto Areal, formado por Felipe Domingues, Gabriel de Avila, Kethelen Bilhalva de Lima, Fernanda das Neves e Bruna Monteiro. Os jovens iniciaram na música de concerto através da Orquestra Estudantil Areal, criada em 2014, sob orientação da coordenadora e professora de música Lys Ferreira. O projeto é uma atividade extraclasse da Escola Estadual de Ensino Médio Areal, onde estudaram até completar o Ensino Médio. Hoje, já formados, os artistas atuam como musicistas voluntários e multiplicadores das ações de ensino em oficinas e concertos didáticos.